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segunda-feira, 18 de março de 2013

ABACAXI GARANTE RENDA A FAMÍLIAS DO RN

Com produção de fruta fora de época, agricultores querem melhorar preço pago na colheita e ampliar a renda

Produtores são financiados com recursos do Banco Mundial e recebem apoio do SEBRAE

O que para muitos é sinônimo de problema, para 120 famílias de Ielmo Marinho, cidade do agreste do Rio Grande do Norte, é solução.

"Nossa vida é o abacaxi", resume José Xavier de Andrade Júnior, 41, que representa os agricultores da Associação de Desenvolvimento Rural Ramada 1, donos desde 2010 de uma pequena fábrica de doces e geleia, financiada pelo Programa de Desenvolvimento Solidário, com recursos do Banco Mundial.

Foi em 2005 que os agricultores compraram as terras que durante anos arrendavam para plantar o fruto.

Com o apoio da Secretaria de Reforma Agrária do Estado, fizeram financiamento de 15 anos, pago com a renda conseguida na produção.
Na área, já são quatro ramadas -o nome vem dos ramos do abacaxi e serve para estampar os rótulos dos potes de doce de abacaxi e de outras frutas plantadas também no quintal das casas dos agricultores e que viram compota. São 30 famílias em cada ramada, e 12 hectares para cada família.
Aos poucos os agricultores que podem vão se desligando de programas como o Bolsa Família e o Bolsa Estiagem-benefício que auxilia trabalhadores da agricultura familiar com renda mensal média de até dois salários mínimos e que vivem em áreas castigadas pela seca ou por situações de calamidade pública.

São 18 meses de cultivo até a colheita. Neste ano, foram 24 mil abacaxis por hectare, vendidos entre R$ 0,80 e R$ 1 por unidade -o preço cai quando a oferta é maior.

Encerrada a colheita, o gado entra em campo para se alimentar da palha do abacaxi e adubar a terra. "Com a seca deste ano, vendemos até a palha do fruto para outras fazendas de regiões próximas", diz Francisco Freitas da Silva, 36, conhecido no assentamento como Henrique.

ÁGUA NO ABACAXI

Pela primeira vez, os agricultores vão conseguir neste ano plantar fora de época, o que deve lhes render um preço melhor por fruto. A associação conseguiu crédito com o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) para fazer irrigação das áreas de plantio.

Os canos e os motores para bombear água já estão sendo instalados na vila comunitária onde vivem as famílias e nos açudes dos agricultores.

"Aprendemos com apoio técnico do Sebrae, por exemplo, a usar o carbureto de cálcio na produção. Assim o abacaxizal cresce todo no mesmo padrão", afirma a agricultora Janete Januário, 45.

Ela foi tentar a vida no Rio e na Paraíba, mas decidiu voltar em 2001 para o assentamento. "Viver na cidade grande é uma ilusão. Tenho o sangue da terra na veia."

Ielmo Marinho faz parte do programa Território da Cidadania do Potengi, com outros dez municípios do agreste do Rio Grande do Norte. É uma das 1.609 cidades em territórios atendidos pelo Sebrae.

"A ideia é aproveitar o potencial de cada região, do turismo à agricultura, e capacitar os empreendedores locais para interiorizar o desenvolvimento e permitir a melhora na vida dessas pessoas", diz André Silva Spínola, gerente de Desenvolvimento Territorial do Sebrae.

(CLAUDIA ROLLI)

Fonte: Folha de São Paulo

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